quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Milícia ruralista assassina cacique Guarani-Kaiowá no Mato Grosso do Sul

MILÍCIA RURALISTA INVADE ACAMPAMENTO E ASSASSINA CACIQUE GUARANI-KAIOWÁ




O Ministério Público Federal (MPF) em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul, ainda investiga o ataque de cerca de 40 homens armados contra a comunidade indígena Guaviry, ocorrida na manhã da sexta-feira (18), na zona rural de Amambai, fronteira do estado com o Paraguai. Segundo relatos, o cacique da comunidade, Nísio Gomes, de 59 anos, foi executado com tiros na cabeça e teve seu corpo levado pelo grupo de pistoleiros que invadiu o acampamento.

"Estavam todos de máscaras, com jaquetas escuras. Chegaram ao acampamento e mandaram todos irem pro chão. Portavam armas calibre 12", disse um indígena da comunidade que presenciou o ataque e teve sua identidade preservada por motivos de segurança. Conforme relato do indígena, o cacique foi executado com tiros na cabeça, no peito, nos braços e nas pernas. "Chegaram para matar nosso cacique", afirmou.

O saldo da chacina, segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), que esteve no local, é de quatro índios desaparecidos e vários feridos, além do cacique assassinado. Os números deverão ser mais bem esclarecidos durante a próxima semana. Conforme o apurado junto a sete mulheres indígenas que fugiram pela mata e chegaram aos municípios de Amambai e Ponta Porã, durante a fuga que precedeu o ataque, três jovens – de 14, 15 e 16 anos - teriam sido baleados, sendo que um encontra-se hospitalizado e os outros dois desaparecidos.

“A gente não sabe se os dois desaparecidos estão mortos ou se foram sequestrados pelos pistoleiros, mas a certeza é de que foram atingidos e caíram”, disse uma das indígenas. Na fuga, elas eram um grupo de 12 mulheres. Cinco acabaram ficando para trás.  Dos cerca de 60 integrantes da comunidade, somente dez foram contatados pelos investigadores. Estima-se que os demais estejam escondidos na mata, assustados com a violência do ataque.

Uma equipe da Polícia Federal, acompanhada de representantes do MPF e da Fundação Nacional do Índio (Funai), confirmou o desaparecimento do cacique. A perícia policial confirmou presença de sangue humano no local onde o cacique foi baleado, de acordo com os relatos das testemunhas. Também comprovou-se que o corpo foi arrastado.

Um dos filhos de Nísio Gomes passou por examde de corpo de delito no Instituto Médico Legal de Ponta Porã, onde foi constatado que ele foi atingido por tiros de balas de borracha, do mesmo tipo encontrado em ataque recente ocorrido contra um acampamento indígena em Iguatemi, a cerca de 200 quilômetros de Ponta Porã, em 23 de agosto.

O MPF instaurou inquérito para investigar a chacina, mas alerta que detalhes da investigação serão mantidos em sigilo, "sob pena de comprometer a apuração dos fatos."

Violência por terra

Desde o dia 1º de novembro, os indígenas decidiram desmontar o acampamento onde viviam às margens de uma rodovia da região e instalar-se em uma parte do seu território Kaiowá nativo. O local de ocupação tradicional da etnia está sob poder das fazendas Chimarrão, Querência Nativa e Ouro Verde. Cerca de duas semanas depois da retomada do território a comunidade começou a ser cercada.

Os ataques e assassinatos não são fatos novos para os indígenas do Mato Grosso do Sul. No dia 13 de agosto deste ano, indígenas Guarani Kaiowá do Território Indígena Pueblito Kuê, município de Iguatemi, que ocupavam uma área entre as fazendas Maringá e Santa Rita, tiveram seu acampamento destruído, pertences queimados e sua comida roubada por homens encapuzados. Apesar disso, os indígenas não saíram do local, reivindicado como terra tradicional, e afirmam que não sairão voluntariamente.

Os Guarani Kaiowá somam hoje cerca de 45 mil indígenas e ocupam pouco mais de 40 mil hectares. De acordo com levantamento do Conselho Indigenista, 98% da população indígena do estado vive em apenas 0,2% do território do Mato Grosso do Sul. A ganância pelas terras dos nativos é apontada como o principal desencadeador de situações de violência como homicídios e ataques a comunidades, além de problemas sociais como suicídio de jovens e altos índices de mortalidade infantil.


Com informações da Adital, do MPF e do Cimi

(Foto do O cacique Nísio Gomes, dois dias antes de ser assassinado por pistoleiros, no MS: Eliseu Lourenço/Cimi/Divulgação)

Miliciano morto com 50 tiros na Zona Oeste do Rio de Janeiro



Polícia investiga se comparsas milicianos mataram ex-PM na zona oeste do Rio

Investigadores descartam hipótese de grupo rival invadir área para cometer crime

Rio, 22/11/2011 - A DH (Divisão de Homicídios) do Rio de Janeiro investiga se o ex-PM Welinton Vaz de Oliveira, assassinado com 50 tiros de fuzil na noite do último sábado (19), em Santa Cruz, na zona oeste da capital, foi morto por aliados, integrantes de uma milícia que atua em bairros da região onde ocorreu o crime.

O carro em que Oliveira estava foi atingido por tiros de fuzis de calibres 7.72 e 5.56. A hipótese passou a ser considerada pela polícia porque o ex-PM foi morto em uma área que é controlada pelo grupo paramilitar do qual ele fazia parte. Para os investigadores, é pouco provável que milicianos de um grupo rival fossem até aquela área para praticar o crime.

A polícia tenta descobrir quem são os autores do crime e qual foi a motivação do assassinato.

Segundo a PM, três homens que estavam em uma Kombi praticaram o crime. Para a DH, não resta dúvidas de que o assassinato está relacionado à atuação de milícias na região.

Oliveira era suspeito pelo atentado contra o também ex-PM Francisco César Silva de Oliveira, o Chico Bala, ocorrido em São Pedro da Aldeia, em 2007. Na ocasião, a mulher e o enteado de Chico Bala foram mortos.

O ex-PM seria integrante do grupo considerado principal rival de Chico Bala, chefiado por Ricardo Teixeira da Cruz, o Batman, também preso em unidade federal de segurança máxima.

Há um ano e dois meses, Oliveira fugiu do BEP (Batalhão Especial Prisional), em Benfica, na zona norte do Rio. Desde então, era considerado foragido. Um outro ex-PM, também acusado do atentado contra Chico Bala, fugiu do Bep junto com Welington. Eles estariam trabalhando na construção de um muro da unidade e a ausência deles só foi percebida durante a contagem dos presos.

Por Marcelo Bastos
Fonte: R7

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Policiais comandam Milícia na capital do Acre e controlam transporte clandestino





Policiais comandam milícias no transporte clandestino de Rio Branco, denuncia sindicato.





Na carreata que realizaram na manha desta terça-feira, para protestar contra a falta de fiscalização na atuação de clandestinos no transporte de passageiros na capital acreana, taxistas e mototaxistas revelaram a existência de uma milícia que comanda a clandestinidade, e que segundo eles, tem como líderes policiais civis e militares.

A afirmação foi feita pelo presidente do Sindicato dos Taxistas Teonízio Machado, que sem citar nomes, atribuiu a policiais, a responsabilidade pela existência de grupos que comandam o transporte clandestino em Rio Branco.

“Não vamos aqui citar nomes, é claro, mas a gente sabe que existe uma milícia atuando no transporte clandestino. Que esse grupo tem a frente alguns policias. Nós identificamos pontos onde essas pessoas atuam e até ditam regras, tirando o direito dos profissionais legalizados trabalharem com dignidade”, denunciou o sindicalista.

Na manifestação que começou em frente ao prédio da RBtrans, no conjunto Xavier Maia e terminou em frente ao Quartel do Comando Geral do PM, as duas categorias sugeriram a criação de um departamento específico para fiscalizar a atuação dos clandestinos. De acordo com levantamentos feitos pelos dois sindicatos, para dada um moto táxi legal, existem dois clandestinos nas ruas. Entre os carros esse número é bem menor, mas na região do II Distrito, a quantidade de taxistas ilegais atuando no transporte de passageiros para o centro da cidade, cresceu cerca de 20% só este ano, dizem os taxistas.

“Há pontos onde os clandestinos se organizam inclusive com uma lista que indica de quem é a vez de sair com passageiros”, disse o taxista Manoel Varela. Essa informação foi confirmada pela diretoria do sindicato que citou dois pontos: um na entrada do residêncial Santo Afonso, na BR 364, o outro no centro da cidade, na Av. Epaminondas Jácomes, em frente ao Colégio Meta.

“Pode ir lá agora que você vai encontrar os piratas parados no ponto. Tem linha pro segundo distrito e pra região do Calafate”, completou o também taxista Benaias Ribeiro.

A primeira denúncia da presença de carros e motos clandestinos atuando nas ruas de Rio Branco foi oficialmente encaminhada a Superintendencia de Transito de Rio Branco em 2005. De lá pra cá, segundo o sindicato poucas foram as providencias tomadas pela autarquia que fiscalização o transporte publico para combater a ilegalidade.

O que é uma milícia?
Milícia é a designação genérica das organizações militares ou paramilitares compostas por cidadãos comuns, armados ou com poder de polícia que teoricamente não integram as forças armadas de um país. As milícias podem ser organizações oficiais mantidas parcialmente com recursos do Estado e em parceria com organizações de carácter privado, muitas vezes de legalidade duvidosa. Podem ter objetivos públicos de defesa nacional ou de segurança interna, ou podem atuar na defesa de interesses particulares, com objetivos políticos e monetários. Recentemente, no Rio de Janeiro, o termo Milícia foi associado a práticas ilegais, geralmente são grupos formados em comunidades urbanas de baixa renda como conjuntos habitacionais e favelas sob a alegação de combater o crime narcotráfico porém mantendo-se com os recursos financeiros provenientes da venda de proteção da população carente e cobrança de pirataria na rede de informação,são ainda consideradas milícias todas as organizações da administração pública tercerizada e que possuam estatuto militar, não pertençam às Forças Armadas de um país, isto é, ao Exército, Marinha de Guerra ou à Força Aérea.


Jairo Barbosa
De Rio Branco para ac24horas.com
Fonte Área Central

Da série Chacinas no Pará: Seis adolescentes são assassinados pela polícia

Seis adolescentes foram executados no fim da noite de sábado, em Belém (PA). A chacina foi no distrito de Icoaraci, a cerca de 20 km do centro da cidade, a um raio de menos de 200 m de onde as vítimas moravam. Nenhum dos mortos tinha passagem pela polícia.

Quatro deles (de 12, 14, 15 e 17 anos) foram enterrados na manhã desta segunda-feira, em Icoaraci. As outras duas vítimas foram enterradas à tarde: um adolescente de 16 anos foi sepultado no município de Colares, a 90 km de Belém, e outro, de 17 anos, também em Icoaraci.

De acordo com testemunhas, a chacina foi cometida por dois homens a bordo de uma moto, que se identificaram como policiais. Eles enfileiraram os menores na calçada, de joelhos e com as mãos na cabeça, em frente a um órgão público, o Instituto de Assistência e Previdência do Município de Belém (Ipamb). Vizinhos relatam ter ouvido mais de 20 tiros.

Inicialmente após a chacina, policiais levantaram a suspeita de que os adolescentes fossem usuários de drogas e tivessem envolvimento com assaltos, o que faria o caso parecer um acerto de contas entre bandidos, crime corriqueiro em Belém. Entretanto, os parentes das vítimas ficaram revoltados com a hipótese, garantiram que todos são inocentes e levantaram indícios de que os executores teriam sido policiais ou ex-policiais.

"Os caras se apresentaram como polícia, mandaram se ajoelhar com as mãos na cabeça como polícia, usaram pistola, que é arma de polícia, e, no fim, estava passando uma viatura da PM que fez 'corpo mole' e não quis ir atrás dos suspeitos, que fugiram de moto", detalha Maria de Lourdes Barbosa, mãe de um dos adolescentes enterrados na manhã desta segunda-feira.

Pai de duas das vítimas, Carlos Alberto Gonçalves garante que nenhum dos seis adolescentes era problemático, com histórico de delitos ou usuário de drogas. "Estavam no lugar errado, na hora errada", resume.

O delegado que investiga o caso, Gilvandro Furtado, diretor da Divisão de Homicídios, confirmou que os adolescentes mortos não têm passagem pela polícia. Apenas um deles já foi citado em boletim de ocorrência, por conta de lesões corporais. Até a tarde desta segunda-feira, o delegado diz não ter suspeitas de autoria ou da motivação do crime. A desconfiança levantada pelos familiares das vítimas, de que os autores seriam policiais ou ex-policiais, não foi descartada. "Nessas horas, logo após o crime, surge todo tipo de hipótese. Com o tempo, a gente vai passando um filtro e elimina o que não procede, até chegar na verdade sobre o fato", diz Gilvandro Furtado.

Fonte Terra


Fonte: Ag Estado e Terra

sábado, 12 de novembro de 2011

Milícia do Espírito Santo tem mais dois presos em Marataízes: Batoré e Marciano






Milícia: mais dois são presos em Marataízes








Batoré e Marciano, presos na manhã de ontem

 
Marataízes,  ES - Mais dois homens foram presos em Marataízes, suspeitos de participação em uma milícia. Anderson Rodrigues Mendonça, o Batoré, e Marciano Fernandes Costa, detidos na manhã de ontem(08), são apontados como integrantes da quadrilha que seria chefiada por Gilbert Wagner Antunes Lopes, o Waguinho, ex-policial militar no Rio de Janeiro, também preso, sexta-feira passada, sob a acusação de assassinato.

Os homens pegos ontem tinham contra eles mandado de prisão temporária. A acusação também é de homicídio, crime que teria sido cometido por outra pessoa, porém sob as ordens do grupo. De acordo com o delegado Edson Lopes, as investigações apontam que Gilbert Wagner também seria diretamente responsável pela pratica do crime. Portanto, a Justiça Criminal de Marataízes decretou outro mandado de prisão contra ele.

O delegado relata que a vítima, L.C.M., era usuária de drogas e praticava pequenos furtos no município. “Foi morto pelo fato de o grupo julgar estar fazendo uma suposta limpeza social”, disse o delegado.

Prisões

Outras cinco pessoas já haviam sido presas, há duas semanas, acusadas de envolvimento com o mesmo grupo. Entre os detidos estão o guarda municipal de Cachoeiro, Tiago Martins Almeida, que está licenciado, e o empresário do setor imobiliário de Marataízes, Sandro Menezes.

Há ainda duas mulheres - Katiane Batista Leal, 18 anos, e Juliana Gonçalves Pereira Lopes, 37 anos, esposa de Waguinho - e um funcionário da Prefeitura de Marataízes, Alex da Silva Brasil, 41 anos.

Além de praticar assassinatos na região, o grupo é acusado de extorquir proprietários de terrenos, falsificar documentos, constranger e ameaçar pessoas para diversos fins e proceder cobranças. As investigações prosseguem.


Fonte: Espírito Santo de Fato

Tenente 'Robocop' da milícia da Grande Fortaleza, é preso.


 
 

Tenente 'Robocop' é preso na Grande Fortaleza

Foi preso na noite desta sexta-feira (11de nov), na Região Metropolitana, o tenente Jairo "Robocop" da Silva - demitido da Polícia Militar acusado de chefiar uma milícia no Centro de Fortaleza. O policial foi levado para a Delegacia Municipal de Pindoretama e deve ser recambiado para uma cela no 5º Batalhão da PM, na Capitão.

"Robocop" foi preso por homens do Destacamento da PM em Pindoretama, na Grande Fortaleza, no início da tarde. A prisão foi efetuada pelo cabo Jorge e pelo soldado Valdemir, sob a acusação de porte ilegal de arma. O tenente estava portando uma pistola Taurus 0.40, segundo a Polícia Militar.

Em agosto passado 'Robocop' havia sido preso por homens do Batalhão de Polícia de Choque (BpChoque) após uma perseguição e um cerco em Fortaleza.

"Robocop" estava em Cascavel

O Diário do Nordeste Online apurou que "Robocop" estava em Cascavel, também na Grande Fortaleza, e foi reconhecido por um capitão da Polícia Militar. O tenente entrou em um veículo Toyota Prado e saiu em direção a Pindoretama.

Policiais de Cascavel entraram em contato com o Destacamento de Pindoretama, a fim de pedir que os colegas abordassem o carro. Na abordagem "Robocop" não teria esboçado reação e foi para a unidade da Polícia Civil em Pindoretama.

Secretária teria sido ameaçada

A decisão de expulsar "Robocop" foi tomada pelo Comando da PM após uma investigação sobre as denúncias de que ele comandava uma milícia no Centro ligada à máfia de CDs e DVDs pirateados. Uma servidora municipal e até a titular da Secretaria Executiva Regional do Centro (Sercefor), Luiza Perdigão, teriam sido ameaçadas pela milícia.

Tenente não pode portar arma

"Robocop", apesar da decisão da PM, ainda não pode ser considerado ex-policial, porque a decisão precisa passar pelo Tribunal de Justiça. Ele hoje está afastado de suas funções e, assim, não pode mais portar arma.

Fonte: Diário do Nordeste