sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Polícia Federal prende membros de milicia baiana em Feira, que se apossavam do projeto "Minha casa, minha vida"

Federal prende dois na investigação de milícia


Feira de Santana, 29/01/2011 - Duas pessoas foram detidas pela Polícia Federal no condomínio Nova Conceição, em Feira de Santana, durante investigação sobre a venda de apartamentos, que é ilegal, do programa federal Minha Casa Minha Vida. Há também denúncias sobre a ação de milícias que exigem dos moradores dinheiro em troca de segurança.

Marcone Ferreira da Silva, 34 anos, foi preso em flagrante por posse ilegal de um revólver calibre 38, que usava na portaria do condomínio. Foi liberado após o pagamento de fiança. A Polícia Federal apontou que a segurança é clandestina. O dono da empresa FBI, que presta o serviço, Giovani Kennedy de Almeida, 28, que é também morador do Nova Conceição, prestou depoimento, foi autuado por atividade clandestina de segurança privada e liberado.

No condomínio, moradores começaram a organizar um abaixo assinado pedindo a permanência do esquema de segurança. Eles negam que o serviço esteja organizado como milícia, com represálias a quem não paga. “Eu mesma nunca paguei e nunca fui pressionada a pagar”, garante Eliane Santos. O aposentado Marcos Luís Gonzaga revelou que a única restrição a quem não paga é que não tem o direito de receber as contas de água e luz em mãos. “Tem que ir pegar na portaria”, disse.

Os moradores confirmam que pagam R$ 20,00 pelo serviço, mas dizem que a vigilância privada é necessária. “Se não tiver mais a segurança, em oito dia isso aqui acaba”, afirmou Marcos Gonzaga. “Eu não ficava aqui na pracinha do condomínio depois de 10 horas da noite, porque tinha medo. Agora, está tranquilo”, contou o funcionário público Paulo Oliveira. “Antes da segurança, ninguém dormia, com som alto, vandalismo e até uso de drogas”, alegou uma moradora que pediu para não ser identidicada.

Nenhum dos moradores ouvidos por A TARDE queixou do serviço de segurança ou da obrigatoriedade do pagamento. O presidente da Associação de Moradores do Nova Conceição, Edson dos Santos Marques, disse por telefone que não queria se manifestar, porque estava se sentindo ameaçado.

O coordenador regional de Polícia Civil, Fábio Lordelo, afirmou que também está investigando a existência da milícia, mas acrescentou que não podia adiantar qualquer informação para não prejudicar as investigações.

Fonte: Glauco Wanderley - A Tarde



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