quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Milícias: Mirra estaria por trás de invasão de milícia em Morro do Dezoito


Mirra estaria por trás de invasão de milícia em Morro do Dezoito


Moradores circulam normalmente em um dos acessos do Morro do Dezoito, um dia após tiroteio 


Rio, 2 dez 2010 - O grupo de milicianos que tenta retomar o Morro do Dezoito, em Água Santa, seria liderado pelo ex-PM Fabrício Fernandes Mirra, de acordo com policiais do 3º BPM (Méier). Ele está preso desde agosto de 2008, por homicídio. A milícia liderada por Mirra foi considerada a mais forte do Rio, dominando 23 favelas nas zonas Norte e Oeste. Policiais ocupam a região desde terça-feira, quando houve um tiroteio entre milícia e tráfico. Eles garantem que até o momento o local está fora do domínio dos dois grupos.

Um dia depois do conflito, os moradores voltaram a circular normalmente pelas ruas, mas o clima ainda é de tensão.

— Quando a milícia saiu daqui, disse que voltaria. Essa guerra é antiga — afirmou uma moradora.

A Polícia Civil acredita que traficantes estejam escondidos na mata, dentro de grutas, ou que tenham fugido pelo Morro do Saçu, o que dificulta as buscas.

O grupo paramilitar teria dominado a área em outubro do ano passado, após traficantes deixarem a comunidade para combater a invasão de bandidos do Morro São João, em Engenho Novo, no Morro dos Macacos, em Vila Isabel. Atualmente a milícia tenta retomar o espaço reconquistado pelo tráfico depois da operação da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Draco), em setembro deste ano, que culminou com a prisão de dois milicianos da região.

Os traficantes seriam liderados por Alexandre Bandeira de Melo, o Piolho, de 38 anos. O criminoso, que cumpria regime semiaberto, está foragido desde setembro de 2009, quando não retornou à prisão. Piolho dominava o Complexo de Água Santa, desde a década de 90. A quadrilha de Piolho no Morro do Dezoito seria composta por cerca de 15 traficantes. O segundo homem do bando seria Elison Vieira Flores, o Sley.

Ocupação de UPPs
Para o delegado titular da 24ª DP (Piedade), Sérgio Lomba, a retirada da milícia deve ser acompanhada de uma política de implantação de Unidades de Políticas Pacificadoras (UPP).

— Se não há ocupação da polícia, no dia seguinte vai ter um miliciano ou um traficante novo — explica.



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