quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Crime na Vila Valqueire: Milícia é suspeita de outra morte


Crime na Vila Valqueire: Milícia é suspeita de outra morte



Polícia investiga a hipótese de amiga da vendedora fuzilada ter sido morta por milicianos


Por Paula Sarapu


Rio, 29/12/2010 - A Divisão de Homicídios (DH) investiga se o assassinato da vendedora Carine Pereira Vitalino da Silva, 29 anos, fuzilada quando chegava em casa com o filho de 5 anos, em Vila Valqueire, domingo, pode ter relação com o desaparecimento de uma amiga da jovem, há menos de um mês. Os dois casos teriam envolvimento de milicianos.

Segundo conhecidos das vítimas, uma jovem identificada como Geórgia também teria sido executada a tiros. Os criminosos ainda teriam avisado à família dela que o corpo não seria devolvido. A polícia já sabe que as duas trabalharam juntas numa boate e que Carine teve relações amorosas com milicianos.

SIGILO TELEFÔNICO

Os investigadores vão pedir a quebra do sigilo telefônico de Carine e as imagens de um radar próximo ao local da execução. O corpo da vendedora de roupas foi sepultado ontem no Cemitério do Murundu, em Realengo. Cerca de 40 pessoas acompanharam o funeral. A mãe dela, identificada apenas como Vera, evitou se aproximar do caixão, que permaneceu fechado todo o tempo, apenas com uma foto da vítima por cima. Ela não quis dar declarações e deve ser chamada novamente para depor.

Na delegacia, segunda-feira, Vera disse que desconhecia a rotina da filha e que as duas não eram próximas. As investigações mostram, no entanto, que Carine passou a tarde de domingo no Morro da Mangueira, de onde seguiu para Realengo, para buscar o filho na casa da avó.

“Ela era vaidosa e acabaram com o que ela mais valorizava: sua beleza. O rosto ficou desfigurado e não pudemos nos despedir com o caixão aberto”, disse uma amiga.

A jovem deixa dois filhos, de 8 e 5 anos. O caçula estava com ela no carro na hora do crime, mas não se feriu. Ao perceber a aproximação dos criminosos, ela pediu que o menino deitasse no banco do carona. O Renault Clio teve pelo menos 11 perfurações de tiros.

Pai de um dos filhos de Carine, o empresário Paulo Rogério Pereira, de acordo com a Divisão de Homicídios, foi assessor parlamentar do vereador Jerônimo Guimarães Filho, o Jerominho, apontado como um dos líderes da milícia Liga da Justiça. O pai do filho caçula de Carine, segundo a polícia informou ontem, era conhecido como Lequinho — miliciano do Morro do Fubá, em Campinho, morto há 4 meses.


Fonte O Dia.
Foto: Paulo Alvadia / Agência O Dia

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