sexta-feira, 12 de junho de 2009

CINCO HORAS DE TIROTEIO ENTRE TRAFICANTES E MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO


CINCO HORAS DE TIROTEIO ENTRE TRAFICANTES E MILÍCIAS NO RIO DE JANEIRO


Moradores de favelas do subúrbio sofrem com cinco horas de tiroteio


Tiroteio começou por volta das 22h30 de quinta-feira.


Criminosos de Vila Isabel teriam tentado retomar venda de drogas.


Rio, 12 de junho de 2009 - O Morro do Dezoito, em Água Santa, na divisa com Quintino, na Zona Norte, está em guerra desde a noite desta quinta-feira. As informações do 3º BPM (Méier) é de que traficantes, que seriam do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, tentam invadir a favela, dominada por milicianos. O morro do Saçu, ao lado, seria outro alvo dos traficantes.


Intenso tiroteio, mesmo sob chuva constante, assustou moradores do Morro do Dezoito entra a noite de ontem e esta madrugada. Às 6h30 não havia confronto. Ainda não há notícias de mortos ou feridos. PMs cercaram a comunidade através da Rua Torres de Oliveira, um dos principais acessos à comunidade do Dezoito, com a ajuda de um blindado, mas não subiram. O 3º BPM não confirmou nenhuma operação no local por enquanto, embora os arredores estejam com policiamento reforçado, inclusive com homens do Batalhão de Choque.


A milícia do Morro do Dezoito seria controlada por bando ligado ao ex-PM e ex-fuzileiro naval, Fabrício Fernandes Mirra, acusado de liderar, mesmo preso, o grupo paramilitar mais violento do Rio. Mirra foi preso em agosto do ano passado, em Pinheiral, onde teria espancado até a morte o vizinho José Alexandre Silva Eugênio, 29, no dia 18 de fevereiro daquele ano, no bairro São Jorge. A vítima morreu dois dias depois num hospital de Volta Redonda em consequência dos ferimentos. O juiz Luiz Cláudio da Silva, da Vara Única de Pinheiral, foi quem decretou a prisão, com base em denúncia do Ministério Público (MP).


A ousadia dos milicianos da área chegou ao cúmulo em 2008, como o DIA denunciou, quando os paramilitares controlaram até a tradicional festa de São Jorge, realizada há 64 anos em Quintino. Na ocasião, a denúncia, feita por barraqueiros instalados no entorno da Matriz de São Jorge, na Rua Clarimundo de Melo, foi confirmada pelo pároco Marcelino Modelski, 42. De acordo com os funcionários e responsáveis pelas cerca de 100 barracas — que vendem lembranças do Santo Guerreiro, além de comidas e bebidas típicas —, os milicianos cobraram deles, diariamente, taxas entre R$ 20 e R$ 50.


Uma guerra entre o tráfico de drogas e a milícia assustou os moradores de duas favelas de Água Santa, no subúrbio do Rio, na madrugada desta sexta-feira (12). Foram mais de cinco horas de tiros.


Na quinta (11), outro episódio violento assustou os moradores do subúrbio carioca. Policiais militares do 22º BPM (Maré) e traficantes trocaram tiros no conjunto de favelas da Maré, no subúrbio do Rio. Dois PMs e cinco suspeitos morreram durante o tiroteio.



Tiroteio começou na quinta



O tiroteio nas favelas de Água Santa também começou na quinta-feira, por volta das 22h30. Segundo a polícia, criminosos que seriam do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, na Zona Norte, teriam tentado retomar os pontos de venda de drogas que perderam desde que milicianos passaram a controlar os morros do Dezoito e da Saçu, em Água Santa. Policiais militares, com o apoio do batalhão de Choque e do carro blindado foram chamados e houve intensa troca de tiros durante toda madrugada.


Na Rua Torres de Oliveira, um dos principais acessos à comunidade do Dezoito, foram encontrados vários cartuchos de balas de fuzil. Quem tentava passar pelo local era orientado pelos policiais a mudar de caminho. Ainda não há confirmação de vítimas.


Pela manhã, houve uma trégua e não havia mais tiros. Mas a polícia continua com a segurança reforçada nas principais entradas do Morro do Dezoito.



Fonte G1 e O Dia

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