sábado, 28 de fevereiro de 2009

MILÍCIAS JÁ MANDAM NA ECONOMIA: MULTINACIONAIS PEDEM LICENÇA PARA INVESTIR NO RIO





Empresa busca dados 'sobre o ‘custo-milícia'.





Consultoria dos EUA procura deputado para levantar gastos e saber os riscos de instalar unidade de um cliente na Zona Oeste
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João Antônio Barros

Rio, 28/02/2009 - Empresas localizadas em áreas dominadas pelos grupos paramilitares no Rio de Janeiro já contabilizam nas planilhas de gastos o ‘risco-milícia’. Um custo que inclui, além da obrigatoriedade de pagar as ‘taxas de proteção’, a necessidade de vez por outra contratar milicianos para o corpo de segurança. A preocupação com os custos extras nas áreas dominadas por paramilitares chegaram até aos Estados Unidos.

No início do mês, o deputado Marcelo Freixo, que presidiu a CPI das Milícias, foi contactado pela Diligence Global Business Intelligence, agência de consultoria com sede de Washington. A empresa quer saber como atuam as milícias, a forma de cobrança e o envolvimento entre policiais e políticos. As informações vão abastecer uma multinacional com interesse na Zona Oeste.

“O que antes era uma ameaça à segurança e à vida social, agora afeta também a economia. O Estado começa a ser prejudicado economicamente pelas milícias”, afirma o deputado estadual Marcelo Freixo, que cobra ação mais enérgica do governo para assumir o controle dos territórios ocupados pelo tráfico e pelas milícias.

A empresa de consultoria americana enviou um questionário com 12 perguntas ao parlamentar. Além das taxas cobradas a moradores e empresas e o envolvimento de policiais e políticos, os executivos da empresa querem saber do parlamentar o nome dos “controladores” das principais milícias, a influência que exercem nas eleições e se há aumento da violência em áreas disputadas por paramilitares e traficantes.

“Esta é a relidade que o Rio está vivendo. Os grupos paramilitares assumiram o controle de áreas e impõem regras a quem mora e trabalha dentro dos seus territórios. Isso causa um custo alto para quem pensa em se instalar na cidade. Na hora da decisão, pesa no caixa”, lamenta Marcelo Freixo.

A preocupação com a milícia, segundo Freixo, é um reflexo da fuga de investimentos do Rio, já que as corporações têm gastos com segurança para os executivos, carros blindados e até helicópteros de transporte.


Fonte: O Dia


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