domingo, 10 de fevereiro de 2008

MILÍCIAS: O FACE NEGRA DA FORÇA


ARMA QUE MATOU CORONEL FOI UTILIZADA EM CHACINA EM 2007




São Paulo - Brasil.


José Hermínio Rodrigues foi atingido por mesma arma usada em chacina em 29 de junho. Perícia comparou cápsula das balas das duas ocasiões; marcas eram as mesmas.

A arma utilizada para matar o coronel da Polícia Militar José Hermínio Rodrigues, assassinado no dia 16 de janeiro, foi a mesma usada por autores de uma chacina ocorrida em 2007. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) recebeu o resultado da perícia das balas encontradas no local do crime nesta sexta-feira (8). Elas partiram da mesma pistola calibre 380 que foi utilizada em uma chacina em 29 de junho do ano passado.


Veja o site do SPTV


Segundo os peritos, as cápsulas das balas encontradas próximas ao corpo do coronel foram comparadas com as cápsulas deixadas no local da chacina. Nos dois casos, foram observadas as mesmas marcas.

O coronel foi assassinado no final da manhã do dia 16 de janeiro, após ser atacado por motoqueiros na Avenida Engenheiro Caetano Álvares, região do Mandaqui, na Zona Norte de São Paulo, de acordo com a Polícia Militar.


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Segundo a PM, o comandante andava de bicicleta quando foi cercado por criminosos que estavam de moto. Rodrigues levou um tiro na cabeça e chegou a ser levado ao hospital da corporação, o Barro Branco, também na Zona Norte, onde morreu.

No ano passado o coronel afastou PM suspeitos de participar de grupos de extermínio. Esses policiais estão sendo investigados.

Na chacina de 29 de junho, seis pessoas morreram na entrada da favela do Morro do Piolho, na Vila Albertina, Zona Norte. Sete rapazes que conversavam junto a algumas motocicletas foram obrigados por um grupo a colocar as mãos para o alto. Os criminosos disparam contra todos, atingindo a maioria na cabeça. Apenas um sobreviveu.


Policiais presos

Dois sargentos e um soldado da PM estão presos desde 25 de janeiro, suspeitos de envolvimento na morte da mãe de um traficante de drogas e na tentativa de homicídio de seu filho no ano passado. Entretanto, a polícia ainda não tem provas do envolvimento deles com a morte do coronel.

No caso do assassinato da mulher, os dois autores do crime usavam uma moto Falcon preta, mesmo veículo usado pelo assassino do coronel. Outra semelhança, segundo a polícia, é que o autor dos disparos, no momento do crime, se aproximou da vítima e atirou a uma distância curta na cabeça e, após a queda do corpo no chão, continuou disparando.

A mulher foi morta porque teria ameaçado policiais que extorquiam dinheiro dela e do filho de levar o caso à Corregedoria da Polícia Militar. O delegado afirmou, baseado no depoimento desse traficante, que, como ele não cedeu à extorsão, os policiais teriam armado um flagrante contra ele no qual apresentaram uma arma e conseguiram prendê-lo.


Homicídios múltiplos

Além da morte desses seis jovens, policiais militares de batalhões da zona norte estavam sendo investigados em outras oito chacinas ocorridas na região em 2007 e na cidade vizinha de Guarulhos.

O participação de PMs na morte do coronel foi uma das principais hipóteses levantadas pela polícia no dia crime, em 16 de janeiro. O assassino, vestido de preto, ocupava uma moto Falcon, da mesma cor. Ele ultrapassou o oficial, que andava de bicicleta na Avenida Engenheiro Caetano Álvares, Mandaqui, e parou logo depois. Desceu, levantou a viseira do capacete e fez posição de tiro, para mirar o alvo. Quando Hermínio passou, atirou seis vezes contra ele - a maior parte dos tiros foi na cabeça. Em seguida, aproximou-se do oficial e chutou o rosto dele, para certificar-se de que estava morto.

Na madrugada seguinte, sete jovens foram executados na região do Jaçanã e PMs da zona norte também foram apontados como suspeitos do crime.

Durante as investigações, três PMs acabaram presos. Um deles é suspeito de matar a mãe de um traficante que se negou a pagar propina. Outros dois teriam tentado matar o próprio traficante, por ter denunciado o policial. Os três, que também são investigados na morte do coronel, negam os crimes.


Fontes: O GLOBO e G1

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