domingo, 27 de maio de 2007

EX-CHEFE DE POLÍCIA: SUPOSTO ELO COM O BICHO



Álvaro Lins é acusado de lavar dinheiro.




Três de seus principais homens são investigados



A Operação Gladiador foi desencadeada por volta do meio-dia. Um dos alvos da investigação, o ex-chefe da Polícia Civil e deputado estadual eleito, delegado Álvaro Lins, foi diplomado cerca de uma hora depois na Assembléia Legislativa (Alerj). O pedido de prisão preventiva de Álvaro, acusado de receber dinheiro da máfia dos caça-níqueis, foi negado pela Justiça Federal, que permitiu apenas buscas no apartamento dele. No entanto, com foro privilegiado garantido pela solenidade, o delegado livrou-se também de ter a casa revirada por policiais federais.

Quatro policiais civis ligados a Álvaro também tiveram a prisão preventiva decretada. Um deles, o inspetor Fábio Leão, que trabalhava diretamente com o ex-chefe de polícia, foi preso.

À tarde, policiais federais chegaram a cercar a 21ª DP (Bonsucesso), onde o inspetor Hélio Machado da Conceição é lotado, mas ele não foi achado. Outros dois agentes não tinham sido detidos até o fim da noite: Jorge Luiz Fernandes, o Jorginho, e Rogério Marques de Brito, Rogerinho.

No fim da tarde, agentes da PF cumpriram mandado de busca na casa de um quinto agente: o assessor direto de Álvaro, Mario Franklin Leite Mustrange de Carvalho, o Marinho. Ele não teve prisão decretada.

Ao comentar o caso, Álvaro Lins disse: “Não abro mão de nenhuma prerrogativa. Essas prerrogativas são dadas pelo povo. Eu tenho convicção da minha inocência, minhas contas já foram aprovadas pela Justiça Eleitoral e eu vou provar, junto com meus advogados, a falsidade dessas acusações”.




45 ORDENS DE PRISÃO


As investigações da Gladiador começaram há sete meses. Os alvo iniciais da PF eram os contraventores Rogério Andrade e Fernando Iggnácio, herdeiros de Castor de Andrade, que travavam uma guerra pela exploração de caça-níqueis na Zona Oeste.

No total, 45 mandados de prisão foram expedidos pela Justiça Federal, entre eles para Iggnácio e Andrade, capturados este ano por força de outros mandados. Os outros seriam para integrantes dos bandos. Já haveria prisões, mas a PF não divulgou balanço.

Apesar de o pedido de prisão de Álvaro Lins ter sido negado, o superintendente da PF, delegado Delci Teixeira, diz que as investigações comprovam seu envolvimento com caça-níqueis para financiar a campanha política. “Há escutas telefônicas. A Justiça entendeu que não havia elementos suficientes para a prisão, mas o fato de o delegado ter pedido a prisão demonstra que estava convencido”, afirma. A PF vai encaminhar ao Ministério Público Eleitoral as denúncias contra Lins para tentar denúncia contra ele.

A operação atingiu também a PM. Comandante do 14º BPM (Bangu), Celso Nogueira, suspeito de envolvimento com caça-níqueis, foi preso no quartel junto com um soldado, horas após ser afastado devido à ligação de 40 homens do BPM com o tráfico.

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